segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Quase sempre não consigo mas tento ser original. E sempre ficava frustrado ao digitar Ducontra no google e achar pelo menos uns dez blogues diferentes com esse nome. Bem, não sei se o novo nome é original - Ler para crer - mas durante algum tempo vou ficar com a impressão de que sou o único no pedaço. Convido meus poucos mais fiéis seguidores a me acompanhar neste endereço: www.blogcarlosmacedo.blogspot.com . Hasta la vista babys

segunda-feira, 17 de maio de 2010

quem tem fé que me empreste

Tanto tempo sem olhar o blog que nem tinha visto as mensagens das pessoas que acompanham as minhas escriturices. Mas tem sido difícil manter uma sequencia quando se trabalha 14 horas por dia sem contar a "viagem" entre Inhaúma e Laranjeiras. De qualquer forma é bom porque tem dias que a gente se sente "como quem partiu ou morreu" como diria o mestre Chico Buarque. A impressão que dá é que as pessoas somem do seu mundo sem avisar e você é quem se sente sumido como se tivesse alguma culpa pelo desaparecimento de parentes, amigos, coisas assim.
Queria realmente voltar com um texto mas alegre mas acho que iria soar falso para as pessoas que me conhecem. Acho que o momento não é de lamentar ou escrever, mas trabalhar, trabalhar, trabalhar até que não sobre espaço para mais nada.
A vida é feita de ciclos e sei que daqui a algum tempo vai chegar o tempo de sorrir, mas espero que as marcas desse presente esquisito não se tornem fortes demais para nublar o sol que um dia vai bater forte na minha janela.
Nunca fui uma pessoa de muita fé e invejo as pessoas que a possuem. Talvez seja a hora de pedir emprestado para ver se funciona. Nunca consegui rezar por ter a certeza de que ninguém acreditaria na sinceridade das minhas preces. Então, torço para que as pessoas amigas/amadas que me cercam, rezem por mim. Sempre foi assim e se ainda estou escrevendo é porque a mágica delas tem funcionado. Voltei. Por enquanto é tudo o que eu posso afirmar.

sábado, 20 de março de 2010

De falhas e de filhos




Quase dois meses de férias por motivos variados mas o DuContra vai seguir o seu lema: devagar e quando for possível. Espero que as minhas seguidoras e seguidores ainda estejam frequentando o espaço embora eu não os condene se eles tiverem desistido pra sempre.
Como já disse anteriormente esse blog sobrevive graças à meia dúzia de "gatas pingadas" que cobram textos quase sempre ao vivo e a cores. Entre elas, a Ana Luíza, minha filha, que foi a mais renitente cobradora nesses dias de "férias" quase forçadas.
Ana Luíza, minha filha 8 ou 8000, uma doce e explosiva figura que parte da mais profunda suavidade para a devastadora explosão em questão de segundos, mas tudo com tanta sinceridade que é difícil ficar na bronca. Ao contrário de tanta gente que conheço, Ana Luíza não tem duas caras. Tem uma só e bonita embora deva desagradar uns e outros com seu modo, à flor da pele, de ser.
Nos episódios recentes que envolveram a família, ela esteve de forma desprendida atuando na linha de frente, abrindo mão de projetos pessoais importantes para estar ao lado de quem precisava e precisa dela.
Falar na Ana Luíza é me levar para João Henrique, o quarto integrante da família, sempre presente mesmo nas longas ausências. JH, um cara politicamente correto e que teve a sabedoria de se transformar em botafoguense depois de ter descoberto todo o mal que existe nos corações rubro-negros. Um cara brilhante profissionalmente que não se importa de trocar a luz individual pelo bem coletivo, na luta incessante das UTIS pediátricas. Um cara concentrado, mesmo quando finge que não é com ele, desde os primeiros meses de vida quando se sujeitava a ficar numa cadeirinha de restaurante entretido com um suco de laranja enquanto o mundo desabava à sua volta. Já a Ana fazia o mundo tranquilo desabar em seu torno. João ainda teve a felicidade e o bom gosto de conhecer e casar com a Mariana ,uma doce figura que atura até futebol americano .
João e Ana, a quem sigo acompanhando durante os 90 minutos de jogo mesmo quando parece que não estou percebendo que a a bolaestá rolando. Cada conquista deles vale mais pra mim do que um gol do Fogão sobre o canalhódromo rubro-negro. E quem me conhece sabe bem a importância desta comparação.
Ah, e tem a Verônica, mas isso é assunto para outro dia porque não posso gastar todas as minhas balas num tiro só.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Cordialmente falando

A cena se repete todo dia. Mal entro no ônibus ou no metrô, observo que pessoas colocam bolsas ao seu lado para impedir que outros sentem ao seu lado. Muitos fingem estar dormindo na esperança de que mesmo que o veículo fique lotado as pessoas se constranjam e não exerçam seu direito de sentar.
Não existe classificação de sexo ou faixa etária para este tipo de comportamento que vai de encontro ao que nossos pouco criativos telejornais regionais vivem a proclamar: a cordialidade do carioca.
Cordial pra mim é corda no varal. Aqui eu vejo gente que é incapaz de cumprimentar porteiros, cobradores de ônibus como se eles não existissem. Onde moro, tem umas figurinhas carimbadas que são incapazes de um sorriso e um bom dia quando encontram um vizinho de tanto tempo mas que demonstram sua falta de paciência com a vida quando cruzam com meu simpático cachorro, este sim, bem mais cordial do que o mundo que o cerca.
Voltando ao ônibus, quando vejo alguém tentando ocupar dois lugares eu sempre tenho vontade de perguntar: comprou duas passagens? mas acabo seguindo meu rumo e quase sempre procurando um lugar onde caiba apenas uma pessoa. Afinal, acham que eu ficaria imune ao mundo que me cerca?
Dia desses, um motorista do ônibus que me levava para Inhaúma(lugar pequeno e indecente) que esperou dois minutos por um passageiro que ele não tinha visto de primeira e acabou passando do ponto. Ao subir, o indigitado ao invés de agradecer pela esperada, passou a xingar o motorista para espanto geral.
O motorista nada falou, mas pensei que aquele "tiro" na sua boa vontade estava "matando" mais uma pessoa cordial no Rio de Janeiro.

E se nossos governantes municipais raciocinassem, eles transformariam o tal "choque de ordem" em choque de educação. Talvez assim a nossa realidade ficasse um pouco mais amena.
Boa viagem pra vocês.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Não põe corda no meu bloco

Nos bons tempos em que o semanário O Pasquim circulava, o cronista Paulo Francis escreveu que estava ao lado do povo politicamente mas que fisicamente queria distância. Adotei o lema porque multidões sempre me intimidaram. Deve ser por isso que eu abomino o Flamengo e a horda desvairada que o segue. E também deve ser por isso que detesto qualquer manifestação carnavalesca. Galo da Madrugada, por exemplo, só pela televisão e bem longe. Temo que aquela enchente humana se esparrame pela tela e acabe desabando na minha casa.
Por isso cada carnaval que se aproxima é um drama. Moro em um lugar que é frequentado por nove entre dez blocos que circulam pelo Rio de Janeiro. E como os blocos estão concentrados na zona sul, desagua gente de toda cidade para acompanhar a batucada. Quando a turma volta para casa deixa um rastro comparado ao de Átila, o rei dos hunos. É recipiente de lixo demolido a pontapés, cacos de garrafas de cerveja desafiando pés incautos, o direito de ir e vir inteiramente desrespeitado e uma montoeira de lixo que atesta a falta de educação dos nossos cidadãos.De todas as classes, lembro.
É por isso que eu quero preparar minha rota de fuga o quanto antes para evitar que os blocos me peguem. Pensei até, como último recurso, me incorporar a uma dessas vigílias religiosos, mas corro o risco de ser atropelado por um bloco de fanáticos mais nocivos do que os do carnaval. O pior é que o tempo está passando e acho que só vai me restar ma transferir para Inhaúma, subúrbio onde eu trabalho. Como até os inhaumetes vão procurar os blocos perto da minha casa, uma solução pode ser me abrigar no meio do complexo do alemão. Só existe o perigo de que de uma forma ou de outra, mesmo longe dos blocos, eu acabe dançando.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Foi por medo de avião....

Tomando emprestado e adaptando uma frase de Nelson Rodrigues sobre as mulheres, eu diria que "todo mundo tem medo de avião, só os neuróticos desmentem". Eu sempre acho engraçado quando as pessoas dizem que se sentem absolutamente tranquilas a dez mil pés de altura encarando o "doce" balanço do ar.
No começo, eu também não tinha receio de voar. Era absolutamente irresponsável. Já viajei o dia inteiro em avião de paraquedistas com bancos do lado quando minha família trocou Recife por Brasília apenas com o sentimento de curiosidade. E fui do Rio a Manaus em avião da Fab que fumaçava na chegada e na partida. Eu era demente e não sabia.

Só passei a descobrir que tinha espírito de formiga e não alma de águia depois que meus filhos nasceram. Aí é que eu passei a reparar em barulho de motor, cara de comissário/aeromoça e qualquer movimentação suspeita no corredor. Achava que iria fazer muita falta se o avião caísse. Acontece que João e Ana estão bem crescidos e tocam sua vida sem a minha interferência(só com minha torcida), e eu continuo a ter sensações desagradáveis quando embarco daqui prali e dali pra lá.
A verdade é que o pavor não me impede de viajar. Mas faço questão de entrar no avião com o pé direito para ver se isso ajuda a sair com os dois pés de lá. Não consigo ler nada durante o vôo porque fico mais concentrado nos avisos luminosos de atar cintos(desnecessário porque nunca os desato) e em relembrar toos os aeroportos situados, por exemplo, entre Rio de Janeiro e Recife. Eu sempre penso que é bem melhor uma aterrisagem forçada do que um mergulho no mar porque sei que de nada servirá aquela instrução de pegar a poltrona para usar como flutuador. Não vem ao caso já que estamos tratando de assuntos aéreos mas a natação também não é meu forte.
Enfim, não estou escrevendo para assustar os "medrosos" de plantão mas para dividir com eles o sentimento de que nós é que somos normais. Quem sobe de forma impávida e altaneira as escadas de um avião é que está precisando urgente de um tratamento.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Balanço de férias

Voltar ao Recife é sempre um reencontro/confrontação com meu presente e, principalmente, com o meu passado. De uma forma ou de outra é sempre bom o reencontro com a família, mas o que sinto a cada visita é que a minha alma vai se desprendendo daquela terra como se eu não me identificasse com o lugar onde nasci. O que não significa que esteja virando um carioca de segunda classe. Moro aqui, meus filhos e minha mulher são cariocas mas me sinto um cidadão permenentemente em trânsito.

O que acontece é que a cada visita sinto minha linda cidade natal cada vez mais desfigurada e, para não sofrer vendo o estado lastimável dos prédios da Guararapes e Conde da Boa Vista, prefiro acreditar que sou um turista que nada tem a ver com aquele abandono que as sucessivas administrações nos legaram. Assim como nada tenho a ver com Dona Lindu. aquele mostrengo criado em Piedade, à revelia da população. Um monumento ao puxasaquismo que só menospreza os homenageados.

Por isso vesti minha alma de turista e preferi curtir o maravilhoso calçadão de Boa Viagem, á agua de Porto de Galinha, a vista da Enseada dos Corais. Tudo o que me faz esquecer que Cajueiro é a "treva" e sair ou chegar lá é uma aventura desgastante e sinistra. Alí, só imitando a Angélica e ir de taxi. Que, aliás, demora paca a chegar.
Por Recife, desfiei meu Rosário de lembranças agradáveis e visitei a pracinha alegremente alternativa da Carmo. Peguei uma marola em Olinda com gente que posso ficar sem ver a vida inteira mas que é como se tivesse visto ontem. Aliás, o que seria de mim em Recife sem minhas amigas de intensidade variada? Como eu poderia ter ido embora de Recife sem conhecer aquela turma animada que transforma a paz em objetivo único. Se eu vivesse lá, eu certamente gostaria de ser um deles. Por mais que tenha ficado calado, sorri o tempo inteiro.
Já no Catamarã......