sábado, 23 de maio de 2009

Um sábado de outono

Sábado de manhã, céu azul e sol frio. O Rio fica mais bonito no outono e me dá uma vontade danada de me sentir mais feliz. Vontade de pegar um avião. dar um pulinho em Recife, dar uma passada no Caju pra ver a minha mãe, de preferência sem passar em Água Fria e sem aceitar tudo o que dona Anita me oferece porque estou de dieta e segunda-feira, se aparecer acima do peso vou levar uma esculhambação da dra.Mônica que, por sinal é magrela. Passava na Ilha do Retiro, revia minhas amigas/irmãs/camaradas e dava, é claro, um mergulho em Boa Viagem para tirar o azar. Quem sabe de la eu dava um pulinho a Paris, aproveitando o fato de quem ainda não esquentou e revia Mônaco, um lugar de sonhos apesar do pesadelo de barcos que eu não sou peixe pra andar na água. Enfim, sábado de folga, coisa rara na minha vida, e a esperança de ventos melhores para todo mundo , até para dona Dilma, vítima das armadilhas que a vida costuma pregar na gente a cada esquina. Sábado de sol, sábado de festa, quem sabe um sábado de amor ? Sábado onde eu queria ver minha mulher e meus filhos também mais felizes. E o Léo conseguindo enxergar um pouquito mais ? Parece pouca coisa pra se desejar ? Pra mim é muito. Mas se sobrar espaço pode vir a mega-sena. Não ficaria ressentido com essa surpresa.

domingo, 17 de maio de 2009

Quanto vale um afogado

As terríveis enchentes em alguns estados do nordeste trouxeram à tona( e vale a expressão) um dos problemas mais sérios que atinge essa turma sem vergonha que habita o planeta terra. Drama está intimamente ligado à geografia. Quando Santa Catarina foi inundada, choveram demonstrações de solidariedade da turma do sul-maravilha. A poderosa emissora global e suas coadjuvantes martelavam a população com pedidos de ajuda. Quando a desgraça pintou no nordeste baixou a indiferença. Afinal, que importância tem um nordestino afogado. Só agora, passados mais de 40 dias do início das chuvas é que começa um ligeiro movimento de solidariedade.
Fica claro que um afogado sulista vale mais do que 100 afogados nordestinos. O meu filho, João Henrique, já tinha comentado que um americano morto causa mais lamentação do que mil árabes ou dez mil africanos. Infelizmente nós somos assim. E se trouxermos a história para âmbito regional, sabemos bem que um assassinado no Leblon causa muito mais consternação do que 10 mortos em Inhaúma. É assim que a gente- mídia/sociedade/governo - mede a importância das pessoas. É assim que vamos perdendo a chance de melhorar como pessoa.

sábado, 9 de maio de 2009

Quero ser Paulo Gracindo

As pessoas se acostumam a deixar tudo por menos. Por acomodação, preguiça, medo, ou por outro motivo qualquer. Assim a gente concorda em receber menos do que acha que merece. Seja nas relações pessoais, seja no trabalho. O filósofo Charcinha, do alto da sua sabedoria popular, já disse numa entrevista que ninguém se considera burro ou feio. Mesmo que o seja para o resto da humanidade. Tudo isso me remete a Paulo Gracindo, objeto de um documentário feito pelo filho Gracindo Júnior e exibido nos cinemas de todo o Brasil. Ao contrário de outros atores famosos que vão aceitando cada vez menos à medida que o tempo passa, Paulo Gracindo foi protagonista enquanto teve forças para trabalhar.
É assim que todos deveríamos ser e nos sentir. Protagonistas das nossas vidas e não meros coadjuvantes a andar a reboque dos sentimentos/decisões alheias. Tem dia que encaro bem o papel de coadjuvante. Na relação com meus filhos, por exemplo. Sei que eles se acostumaram com minha forma de amá-los e com meus silêncios, preocupações e piadas cretinas. E consigo ate não ser o astro no trabalho desde que possa brilhar de outra forma e me tornar único diante das pessoas que formam o meu mundo profissional.
Mas tem dias que eu quero ser Paulo Gracindo. Ser protagonista em todos os meus passos e não aceitar nada que não caiba nas minhas medidas. Quero a atenção geral, todos os holofotes ligados e não apenas algumas falas marcadas. É isso que todas as pessoas merecem. E, eu também . claro.

Perdido no espaço

Dia desses descobri que eu tinha começado um blog em 2005. E que nunca foi adiante. Por desinteresse, preguiça ou porque não estava na moda. E revi meu texto de apresentação que poderia ter servido para o meu espaço atual. Mas acho que ainda vale a pena.

"No momento em que o tempo é livre e os pensamentos ainda estão presos, é hora de soltar os bichos para ver o que o que é dá. Este é um espaço para que as pessoas apareçam e compareçam. É tudo o que o espero. É quase tudo o que eu quero.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Ninguém no meu quadrado

Quando eu morava no Leblon, algumas pessoas que pegavam o ônibus em direção ao centro costumavam colocar suas bolsas ao lado para que o lugar só fosse ocupado em último caso. É como se tivessem direito a privacidade dentro de um coletivo. Achei que era um problema de comportamento elitizado mas depois vi que no metrô acontecia a mesma coisa. E até nos ônibus que cruzam a avenida suburbana a gente vê pessoas tentando impedir,ou torcendo para que ninguém sente ao seu lado. É um paradoxo. Todo mundo fisicamente junto mas espiritual e filosoficamente separados. E não é uma questão de classe nem de sexo. É individualismo mesmo, praga que algumas vezes, confesso, me pegou entre Inhaúma e Engenho da Rainha. Mas não acho uma atitude legal. Afinal quem não tiver vontade de andar ao lado dos outros, faça como a Angélica: vá de taxi. Ou vá a pé. Vai ver que vai ser mais saudável.