sábado, 9 de maio de 2009

Quero ser Paulo Gracindo

As pessoas se acostumam a deixar tudo por menos. Por acomodação, preguiça, medo, ou por outro motivo qualquer. Assim a gente concorda em receber menos do que acha que merece. Seja nas relações pessoais, seja no trabalho. O filósofo Charcinha, do alto da sua sabedoria popular, já disse numa entrevista que ninguém se considera burro ou feio. Mesmo que o seja para o resto da humanidade. Tudo isso me remete a Paulo Gracindo, objeto de um documentário feito pelo filho Gracindo Júnior e exibido nos cinemas de todo o Brasil. Ao contrário de outros atores famosos que vão aceitando cada vez menos à medida que o tempo passa, Paulo Gracindo foi protagonista enquanto teve forças para trabalhar.
É assim que todos deveríamos ser e nos sentir. Protagonistas das nossas vidas e não meros coadjuvantes a andar a reboque dos sentimentos/decisões alheias. Tem dia que encaro bem o papel de coadjuvante. Na relação com meus filhos, por exemplo. Sei que eles se acostumaram com minha forma de amá-los e com meus silêncios, preocupações e piadas cretinas. E consigo ate não ser o astro no trabalho desde que possa brilhar de outra forma e me tornar único diante das pessoas que formam o meu mundo profissional.
Mas tem dias que eu quero ser Paulo Gracindo. Ser protagonista em todos os meus passos e não aceitar nada que não caiba nas minhas medidas. Quero a atenção geral, todos os holofotes ligados e não apenas algumas falas marcadas. É isso que todas as pessoas merecem. E, eu também . claro.

3 comentários:

  1. Carlinhos
    mesmo que se esforçasse, voce não passaria como coadjuvante! Este seu jeito manso, quieto, engraçado, inteligente, sagaz, sempre o colocam sob os holofotes. Mesmo que outra pessoa esteja à frente, sua forma de ser se destaca e marca. E você aparece, sempre trazendo coisas que acrescentam o que pode ser bom , transformando em melhor.
    Acho que só filho tira a gente do sério. E como você é bem humorado, imagino que você sabe preparar a cena para que cada um tenha seu espaço. Aliás, tenho certeza disto!
    Que bom ter voce aqui com mais frequencia e conseguir postar meus comentários.
    Abraços Rosário

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  2. Li e reli o post algumas vezes, tentando extrair melhor o significado. Passei mais tempo ainda tentando descobrir como responder. Acho que ainda não sei como. Só sei que, desde que eu me senti capaz de pensar por mim mesmo, o seu papel nunca foi de coadjuvante. Eu sempre soube que, em qualquer circunstância, alguém estaria preocupado comigo. Isso sempre foi de grande conforto pra mim.
    Quem sou eu pra falar de silêncios? Sou o campeão do silêncio. E se essa característica é encarada como algo negativo, o mesmo não se pode dizer das piadas cretinas. Eu diariamente tento chegar ao mesmo nível (claro que ainda não consegui).
    Não sei se está fazendo algum sentido o que eu estou escrevendo, mas o que eu quero dizer é que, além de não ser nada coadjuvante, você é um grande exemplo pra mim. Sei que não sou muito bom pra dizer isso (aliás, como um certo pai que conheço), mas eu não podia ficar calado.
    Aaahh...
    Preciso inserir uma piada:
    O que uma impressora disse para a outra?
    Essa folha é sua ou é impressão minha?
    !!!!

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  3. Quando vi o comentário da Rosário, decidi participar do "fórum". Entre ser protagonista e coadjuvante, prefiro o segundo, embora acredite que não existe papel menor, mas papel bem ou mal interpretado. Mas pra mim, nesse palco da vida, o que importa mesmo é incluir no roteiro respostas às perguntas "quem eu sou?" e "que tipo de ser humano quero ser?". A partir daí, fica tudo mais fácil (o difícil é encontrar as respostas). Da sua sister "anônima", Neli.

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