sábado, 18 de julho de 2009

Coração enchuvarado

Eu também fui ao show do Roberto Carlos no Maracanã. Foi uma chuva de emoções de onde saí molhado externa e internamente.É claro que todo mundo conhecia tudo e tinha alguma história vinculada ao passado musical do Rei. Mesmo porque assim como aconteceu com Chico Buarque, Caetano e Gil,a inspiração de RC parou nos anos oitenta. Parece que o final da ditadura reduziu a capacidade de produzir genialiadades dos nossos ícones, mas a produção dessa turma no passado já é suficiente para alimentar o futuro de forma infinita.
Voltando ao show do Maraca foi impossível não ouvir algumas músicas e não me lembrar do Recife, principalmente da Encruzilhada. E do programa Jovem Guarda que ia ao ar, em vídeo(que coisa antiga!) no mesmo dia em que participei da minha última quadrilha antes de trocar minha cidade por Brasília. Foi um mês de ensaios onde eu tive a bela Tuca como par mas, mísero estudante, descobri que ela tinha olhos postos no futuro. Acabou casando com um engenheiro que dançava, salvo engano, com uma das minhas irmãs.
Ah, mais como era bom a gente sair do programa e se encontrar na frente da casa da Rosário para conversar e dançar, ensaiar paqueras que quase nunca iam adiante. Tudo isso veio a minha cabeça quando a gente cantava no Maracanã as velhas canções que acompanharam as nossas vidas. E também lembrei do dia que tomamos um esporro gigante da dona Mariinha, mãe de Carmem, porque estávamos cantando Quero que vá tudo para o inferno, depois de uma chuvarada que alagou metade do Recife. Segundo ela, aquela música atraía coisa ruim. Hoje até aquela lembrança é boa.
As músicas do Roberto Carlos são detalhes quase que perfeitos na vida da minha geração. E naquela noite do Maracanã, revivendo emoções, percebo que a minha vida, apesar dos tropeços, tem sido legal e se chotei ou se sorri, o importante é que emoções eu continuo vivendo.

4 comentários:

  1. O nome da sua musa de então era Fernanda, e Duca (e não Tuca) era o seu codinome. E Mana, Teco e Rosa eram suas irmãs, estás lembrado? À época, diziam que ela também "espichava" um olhar de Capitu para o seu par da quadrilha junina, mas que um pum incontrolável solto no meio de um ensaio, a fez desviar sua atenção para o Walmir, um brocoió meio sarará, e terminaram casando.
    Outra correção nas suas memórias: a casa da Rosário nunca foi dancing dos adolescentes da Encruzilhada - o seu Miranda nunca permitiu essas liberdades no seu espaço. As danças eram na casa da Eduína ou do Marcos, cujos donos eram mais liberais.
    Das minhas lembranças, o que me dá mais saudade é o volei que a gente jogava nos finais de semana. Prazer que a dona Anita bloqueou por "não ser uma atividade para moças direitas". Bjs da sister.

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  2. Epa, essa história do pum é sinistra e não sou eu o personagem. Não queira estragar minha imagem diante dos meus poucos leitores. Logo depois que postei lembrei que era Duca. Que o nome dela era Fernanda eu nunca esqueci assim como lembro bem da Mana que me emprestou uns livros de psicologia(pra que ?),e da branquinha Teco, parceira inseparável de Carmo. Também não falei que as festas eram na casa de Rosário.E sim que a gente se encontrava em frente à casa dela na Ignácio Galvão dos Santos. Puxa, devo estar escrevendo cada vez pior para causar toda essa confusão. Mas foi bom ver que você continua ligada nas lembranças de um tempo que às vezes foi bom, outras vezes nem tanto mas foi o que a gente viveu.beijos Carlos

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  3. Já me mudei mas o novo ap esta cheio de caixas fechadas pois vou passar um tempo viajando a trabalho. Por isso fiquei sem entrar nesta polemica tão interessante.
    Queria confirmar que la em casa não era o "dancing" (não por mim, pois eu adoraria) mas que, aqui acola, faziamos algumas festinhas - aqueles famosos "assustados", lembram? lembro que faziamos um panelão de coquetel com maçãs e suco de uva - tudo muito inocente - tb lembro do volei nos finais de semana e as conversas, à noite, na esquina da rua de voces com a nossa. Naquele tempo dava para fazer isto !!!
    lembro que vc, Carlinhos, passava sempre la em frente de casa; lembro que eu gostava muito de ficar conversando com vc - desde aquele tempo já era bom de conversa, não? mas eu tinha interesse, Nely, era no sarara que ficou com Fernanda - puxa, fiquei tão decepcionada ...
    Mas uma coisa que juntava muita gente la em casa era o fato de termos 2 violões e 4 pessoas que tocavam. Então, era muito frequente irmos para a frente de casa, colocarmos cadeiras e começar a tocar e cantar. de repente, muita gente se juntava e faziamos verdadeiras serestas. Esta é uma das ótimas lembranças que tenho daquele tempo! Afora as conversas que tinha com voces dois !!! Taí! acho que descobri porque nossa amizade dura ate hoje: eu e Carlinhos conversavamos sobre algumas coisa e com Nely a conversa era outra, mas sempre conversávamos! o que voces acham? faz sentido?
    Carlinhos, quando vc descobriu que tinha jeito para ser jornalista?

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  4. Oi, cadê o DUCONTRA?
    Criatura, seus leitores estão esperando outra postagem! apareça !

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